Autores: Bill Willingham, Judd Winick (texto), Rick Leonardi (desenhos das partes 1 e 3), Karl Story (arte-final da parte 1), Dan Green (arte-final das partes 1 e 3), Howard Porter (arte da parte 2, desenho da parte 4), Wayne Faucher (arte-final da parte 4), Alex Bleyaert (cores), Rodrigo Barros e Fabiano Denardin (tradução e adaptação). Originalmente publicado em DC Universe - Decisions # 1 a # 4).

Preço: R$ 8,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Agosto de 2008

Sinopse: É ano eleitoral no Universo DC.

Os candidatos à presidência norte-americana começam a sofrer atentados e, na hora de defendê-los, os super-heróis passam a apoiá-los - correndo o risco de interferir no resultado das eleições.

Positivo/Negativo: Desde que Lex Luthor virou presidente dos Estados Unidos, o Universo DC tem presidentes diferentes da vida real. Até aí, tudo bem: naquele momento, Luthor era retratado como um bilionário conhecido e que só era vilão por baixo dos panos. E o conceito era bem bacana.

Então Lex Luthor deixou o cargo. Mesmo assim, a ideia de ter um presidente diferente continuou valendo - embora não tenha rendido nada de especial.

Decisões, que chega aqui um ano depois da publicação original,
é a história da eleição presidencial de 2008, que, na vida real, foi empolgante:
começou com Hillary Clinton, uma mulher, como pré-candidata democrata
e favorita. E aí veio um negro, Barack Obama, para tirá-la da disputa
e concorrer com o republicano McCain e com sua vice, Sarah Palin, sósia
da humorista Tina Fey - o que rendeu a melhor temporada de Saturday
Night Live em décadas.
Ou seja: foi uma eleição tão empolgante que bombou até o Saturday Night Life.

Até os quadrinhos se beneficiaram: o encontro de Obama com o Homem-Aranha deu à Marvel o título de gibi mais vendido na década nos Estados Unidos. Várias editoras retrataram o novo pre4sidente dos Estados Unidos e aumentaram suas vendas.

Enquanto isso, a DC fez a minissérie Decisões.

Chamou dois autores de certo renome. Bill Willingham é o celebrado escritor de Fábulas. Judd Winick segurou cinco anos da HQ regular do Arqueiro Verde, envolvendo-o com política e transformando o herói em prefeito de sua cidade.

Ainda assim, o resultado é um fiasco.

Decisões é, acima de tudo, uma HQ chata. Tudo nela é desinteressante.

A história não tem Obama, não tem McCain, não tem Sarah Palin. No lugar deles, há personagens fictícios e insossos como Davis Brewster, Martin Suarez e Kate McClellan.

Pois esses candidatos estão na mira de um vilão que tem feito atentados para matá-los. E, na hora de proteger seus candidatos, os heróis começam a tomar partido e apoiá-los.

É constrangedor constatar a superficialidade com que a eleição é tratada na trama. Super-heróis adotam a postura de celebridades de cabeça oca. Os candidatos são caricaturas. E a consequência disso é que as relações dos superpoderes com os poderes políticos são bobas de dar dó.

Nem parece a mesma DC que duas décadas antes publicou HQs que chafurdavam em política, como Watchmen e O Cavaleiro das Trevas. Agora, a editora é cautelosa até mesmo em dizer em quem Superman votou.

Se o enredo é sem sal, a arte acompanha. Rick Leonardi continua seu trabalho pouco expressivo, e soma-se a ele Howard Porter, que dedicou os últimos anos a amornar seu traço. Alex Bleyaert arremata com uma colorização tosca, sem nenhum capricho.

Poucas campanhas eleitorais renderam tanto para a cultura pop quanto a de 2008. Do cartaz de Obama feito pelo grafiteiro Shepard Fairey ao apoio dado pelos Simpsons, não houve quem na nos Estados Unidos da América não fizesse uma história usando o pleito como base. A contribuição da DC, pena, foi uma das mais fracas.

 

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