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Vampirella – Grandes mestres

13 março 2015

Vampirella – Grandes mestresEditora: Mythos – Edição especial

Autores: Alan Moore, Jeph Loeb, Forest Ackerman, Kurt Busiek, Christopher Priest, Ty Templeton, Steve Lieber, Liam Sharp, Michael Golden, Jimmy Palmiotti e Phil Hester (roteiro) e Gary Frank, Tim Sale, Mark Texeira, Arthur Adams, Alan Davis, Bruce Timm, Steve Lieber, Liam Sharp, Michael Golden, Amanda Conner e Stephen Segovia (arte) – Originalmente em Vampirella – Masters series Volume 4 – Visionaries (Tradução de Érico Assis).

Preço: R$ 59,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Janeiro de 2015

Sinopse

Coletânea com 11 histórias curtas protagonizadas por uma das femme fatales mais populares dos quadrinhos de terror, produzidas por renomados autores da atualidade.

Positivo/Negativo

Principalmente nos anos 1970, Vampirella teve uma “vida ativa” na jugular editorial brasileira, ensaiando uma periodicidade com alguns números por editoras como Noblet e Kultus. No final dos anos 1990, a Metal Pesado/Atitude tentou ressuscitar a sexy sugadora de sangue com algumas edições e minisséries. Uma das últimas edições no país foi Vampirella vive (Devir), em 2001.

Depois de um longo hiato, surge Vampirella – Grandes mestres, álbum com 11 histórias curtas e fechadas estreladas pela personagem criada por Forrest J. Ackerman e Trina Robbins em 1969. O encadernado corresponde ao quarto volume da coleção Vampirella – Masters series, publicada nos Estados Unidos pela Dynamite Entertainment.

A edição abre com uma entrevista em que Alan Moore disserta sobre o mito do vampiro e do Drácula, o personagem principal do seu enredo, devido ao centenário da famosa obra do escritor irlandês Bram Stoker, em 1997.

Com a arte “limpa e moderna” de Gary Frank e Cam Smith, O europeu renovado faz uma análise interessante, jogando o ser legendário nos dias atuais, quando tanto o romance de Stoker quanto a indústria gerada pelo mito vampiresco existem.

Essa HQ de Moore fez parte da revista Vampirella # 3 – Drácula – O centenário (Metal Pesado), lançada em dezembro de 1998.

A segunda história, Vampirella de Drakulon, revisita as origens da personagem pelo seu criador, Forrest J. Ackerman, morto em 2008. Com a bela pintura de Mark Texeira (cujas posições eróticas nas cenas iniciais lembram a Druuna do italiano Paolo Eleuteri Serpieri), o leitor é apresentado ao planeta com dois sóis, onde a fórmula da água (H2O) corresponde a duas hemoglobinas para um oxigênio.

Com uma trama sem muita inspiração, é uma das mais fracas do álbum. Assim como a de Alan Moore, esta também foi publicada pela Metal Pesado, na revista Vampirella # 1 – Edição especial de 25° aniversário, em outubro de 1998.

Famosos por sua parceria com um certo Homem-Morcego, Jeph Loeb e Tim Sale fazem uma homenagem ao mestre Archie Goodwin, editor e um dos principais roteiristas de horror da época de Vampirella.

Em À procura de sr. Goodwin, os quadrinhistas contam de forma bem-humorada como a sedutora vampira entrou na vida do editor de títulos como Creepy e Eerie.

Sem grandes novidades e um roteiro “quadrado”, um Kurt Busiek pré-Marvels e um Arthur Adams bem solto mostram a personagem lidando com a velha vila desconfiada e uma comunidade de insetos gigantes em Besouros.

Já a narrativa muda do roteirista Christopher Priest e do desenhista Alan Davis em Santuário resulta numa espécie de Chapeuzinho Vermelho com Blade. A ação frenética dita o ritmo.

O Retrato de Dorian Gray, do britânico Oscar Wilde, é percebido na estrutura da mediana Lascívia, de Ty Templeton com o sempre elegante traço estilizado (reconhecido pelo Batman Animated) de Bruce Timm.

Com o terror um pouco mais visceral, Matadouro, de Steve Lieber (da série Whiteout), coloca Vampirella na investigação de uma seita. Outro clichê que descamba numa piada de “sorriso com presas amarelas” no desfecho.

Um lado mais filosófico e poético desabrocha em Rosa Invernal. O destaque é a arte realista em preto e branco, no melhor estilo Heavy Metal, de Liam Sharp. Fãs de RPG vão gostar devido à aparição de outra criatura mitológica.

O veterano Michael Golden (da série publicada pela Abril no final dos anos 1980 O Conflito do Vietnã) é responsável por uma das HQs mais divertidas até aqui. Matinê brinca com filmes B e um embate “real” de vampiros.

A história mais porraloca do encadernado é Fantasy fest, da dupla Jimmy Palmiotti e Amanda Conner. Com gags de médias pra sem graça, Vampirella vai atrás de um duende canibal em pleno Halloween da Flórida, nos Estados Unidos.

Por fim, com uma arte que lembra a época da gênese da Image, Tinta acompanha a protagonista fazendo uma tatuagem e investigando um homicídio ao mesmo tempo. O roteiro previsível é de Phil Hester, desenhista do Arqueiro Verde na fase de Kevin Smith e Judd Winick. Os traços são de Stephen Segovia, artista de Wolverine quando Daniel Way assumiu o título.

O volume da Mythos ainda apresenta capas e pin-ups por nomes como Mike Mignola, Jae Lee, Frank Frazetta, Arthur Suydam, David Mack e John Bolton, dentre outros.

A edição de Vampirella – Grandes mestres tem capa dura, formato 17 x 26 cm, boa impressão em papel couché e um preço bem “salgado” se comparado ao número de páginas, o que pode afugentar leitores como vampiros que correm da cruz.

Não obstante, o álbum é um bom “cartão de visitas” para a sexy filha de Lilith, a rainha dos demônios, o que pode gerar mais sede de leitura para esse material de terror mais moderado.

Classificação

3,0

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