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VERTIGO # 22

1 dezembro 2011

VERTIGO # 22

Editora: Panini Comics - Revista mensal

Autores: A fúria em suas entranhas (Scalped # 22) - Jason Aaron (roteiro), R.M. Guéra (arte) e Giulia Brusco (cores);

Do cais das nuvens às quedas da floresta de plumas (Joe the barbarian # 2) - Grant Morrison (roteiro), Sean Murphy (arte) e Dave Stewart (cores);

Guerra fantasma (American Vampire # 13) - Scott Snyder (roteiro), Rafael Albuquerque (arte) e Dave McCaig (cores);

Fora de estação (Hellblazer # 196) - Mike Carey (roteiro), Chris Brunner (arte) e Lee Loughridge (cores);

Academia (House of mystery # 18) - Matthew Sturges (roteiro), Werther Dell'Edera e Jeff Lemire (desenhos), José Marzán, Andrew Pepoy e Jeff Lemire (arte-final) e Lee Loughridge (cores).

Preço: R$ 9,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Setembro de 2011

 

Sinopse

A fúria em suas entranhas - Corvo Vermelho relembra sua vida e suas escolhas enquanto tenta descobrir o que fazer com as cinzas de Gina Cavalo Ruim.

Do cais das nuvens às quedas da floresta de plumas - Joe está em meio a uma crise de hipoglicemia e em um mundo fantástico? Só a leitura pode revelar se é delírio ou outra realidade.

Guerra fantasma - Henry se alistou no exército norte-americano na década de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial. Mas a convocação que vai receber não vem do Tio Sam.

Fora de estação - Ainda sem memória, John Constantine confronta o psicopata Peter Gill para salvar Chas e sua família.

Academia - Fig, seu pai e Harry tentam sair do Lugar entre e fugir de Caim e a Concepção. A Casa dos Mistérios continua perdida.

Positivo/Negativo

Quando um leitor compra uma publicação na banca, há alguma coisa que o faz preferir determinado título em vez de outro. A mesma lógica pode ser aplicada às revistas de histórias em quadrinhos.

Por que o leitor opta por este ou aquele título? Pode-se especular diversas razões: por gosta de algum personagem, de algum artista, do tipo de história (terror, super-heróis, infantil, aventura etc.), ou para manter a coleção "sem furos".

Evidentemente, há muitos outros motivos, mas que o foco seja a revista mensal Vertigo, objetivo desta resenha.

Ela apresenta características físicas similares às demais publicações de banca da Panini: lombada canoa, papel igual, mesma dimensão. Acrescentam-se páginas adicionais e alguns reais em relação à Batman, por exemplo.

À exceção de John Constantine, não há nenhum personagem notório na revista ou que tenha virado filme. E, verdade seja dita, o mago inglês não é tão famoso assim - para o público em geral.

Além dos colecionadores, que sempre comprarão, resta pensar que o leitor de Vertigo gosta do tipo de história apresentado ali.

Mas vejamos...

Escalpo, o melhor da revista, é uma trama realista de ultraviolência em uma reserva indígena.

Joe, o Bárbaro é uma história que flutua entre delírio e realidade, com altas doses de fantasia e a trama ainda tenta encontrar seu caminho enquadrada na linda arte de Sean Murphy.

Vampiro Americano é uma mescla de terror light com a história dos Estados Unidos, que tem na arte de Rafael Albuquerque seu grande trunfo.

Hellblazer, por sua vez, mistura terror urbano com magia do Século 21, em uma longa e arrastada passagem de Mike Carrey pelo título, mas que entrega uma boa história nesta edição.

E Casa dos mistérios apresenta um enredo de intriga e mistérios, com poucos momentos que realmente valeram a pena.

Fica claro que não há uma unidade temática entre os estilos de história. Ou há? A aposta da editora é que o selo Vertigo, da DC Comics seja essa unidade.

A proposta é de histórias para adultos. Não se trata, esclareça-se, de conteúdo pornográfico, embora algumas tramas tragam nudez e cenas de sexo - mesmo assim, nada explícito.

Será que é possível que tramas tão díspares tenham a essência do que é "ser Vertigo"? Isso é possível ou é só uma tentativa comercial? Há um elemento que amarre todo o selo?

Há a questão contratual de preservação dos direitos dos autores, existe o uso de palavrões, do nu e do sexo em pequenas quantidades e de violência em grandes.

(Diferenças de uso que fazem pensar que sangue seja muito menos agressivo que as relações sexuais.)

Não parece que a ideia de mesmo selo mantenha essas tramas como um grupo, embora elas tenham algo que se acostumou a chamar de histórias de estilo Vertigo.

Mesmo nas histórias mais fantásticas, como Casa dos mistérios, há uma ancoragem no mundo real. Joe, o bárbaro mostra esse meio caminho e Escalpo o extrema.

Constantine vive em uma Londres reconhecível e Vampiro americano se associa a fatos históricos. Ou seja, o estilo Vertigo são essas realidades cobertas de imaginação e boas tramas, que fez, durante anos, o nome Vertigo servir como aval de HQs mais elaboradas.

As deste mês não são assim tão complexas, embora sejam bem mais criativas que a média das revistas de super-herói da própria DC Comics. E valem a leitura.

Classificação:

4,0

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