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WEDNESDAY COMICS # 1

1 dezembro 2010

WEDNESDAY COMICS # 1

Editora: DC Comics - Minissérie em 12 edições

Autores: Batman - Brian Azzarello (texto), Eduardo Risso (arte) e Patricia Mulvihill (cores);

Kamandi - Dave Gibbons (texto) e Ryan Sook (arte);

Superman - John Arcudi (texto), Lee Bermejo (arte) e Barbara Ciardo (cores);

Deadman - Dave Bullock (texto e arte), Vinton Heuck (texto) e Dave Stewart (cores);

Green Lantern - Kurt Busiek (texto) e Joe Quiñones (arte);

Metamorpho - Neil Gaiman (texto), Michael Allred (arte) e Laura Allred (cores);

Teen Titans - Eddie Berganza (texto) e Sean Galloway (arte);

Strange Adventures - Paul Pope (texto e arte) e José Villarrubia (cores);

Supergirl - Jimmy Palmiotti (texto), Amanda Conner (arte) e Paul Mounts (cores);

Metal Men - Dan DiDio (texto), José Luis García-López (desenhos), Kevin Nowlan (arte-final) e Patricia Mulvihill (cores);

Wonder Woman - Ben Caldwell (texto e arte);

Sgt. Rock - Adam Kubert (texto) e Joe Kubert (arte);

The Flash - Karl Kerschl (texto e arte), Brenden Fletcher (texto) e Dave McCaig (cores);

The Demon and Catwoman - Walter Simonson (texto) e Brian Stelfreeze (arte);

Hawkman - Kyle Baker (texto e arte).

Preço: US$ 3,99

Número de páginas: 16

Data de lançamento: Julho de 2009

 

Sinopse

Nesta revista com formato próximo ao de um jornal tabloide, a DC publica histórias seriadas de seus heróis, evocando os velhos tempos dos cadernos dominicais de quadrinhos.

Positivo/Negativo

Wednesday Comics é um projeto muito especial da DC Comics. É semanal, periodicidade que a editora vem tentando manter. Chega ao leitor dobrada como se fosse uma revista normal, mas, aberta, tem formato, papel e cheiro de jornal. Tudo pra lembrar os antigos cadernos de quadrinhos que os jornais costumavam publicar aos domingos.

Mas, em vez de tiras, a editora convocou alguns dos melhores talentos da casa para criar histórias seriadas com os personagens. A HQ sai sempre com uma página (inteira) por semana.

O time é impressionante: Kyle Baker, Neil Gaiman, Lee Bermejo, Eduardo Risso, Joe Kubert, Paul Pope e por aí vai.

No final, o resultado é empolgante. Prova, de novo, que os quadrinhos de super-heróis estão desgastados por conta de formatos, modelos e decisões editoriais pouco criativas. Mas que, em boas mãos, continuam a ser tão empolgantes quanto em suas melhores fases.

Neste primeiro número, as tramas ainda estão esquentando.

Na HQ de Batman, que estampa a capa, o Morcego atende o chamado do Comissário Gordon para investigar um crime.

A história do Desafiador também não deixa antever o que será mostrado, e é o mesmo caso do título dos Novos Titãs, do Lanterna Verde e da Mulher-Gato com Etrigan.

Kamandi - O último garoto da Terra anda por seu futuro distópico, quase como se estivesse apresentando-o para o leitor.

Mesmo que o roteiro ainda não tenha engrenado, a verdade é que essas páginas acabam se destacando na arte. Ver uma página quatro vezes maior que o tradicional formato americano é outra coisa.

Mas há outras HQs que já começam tirando o fôlego do leitor. Acertam em cheio. Dão vontade de fazer a semana passar mais rápido para que a quarta-feira seguinte chegue logo.

É o caso da HQ de Superman, com a bonita arte de Lee Bermejo, em que um alienígena abate o Homem de Aço com uma porrada verbal.

Neil Gaiman e Mike Allred também iniciam sua HQ muito bem: mostram uma cena de ação logo de cara - e aí apresentam um mistério. Além disso, Gaiman volta ao mundo de Metamorfo e da Garota Elemental, que retratou pela primeira vez na história Fachada, da cultuada série Sandman (em história recentemente republicada no Brasil pela Panini).

Para contar suas Strange Adventures protagonizadas por Adam Strange, Paul Pope vai buscar inspiração em um clássico dos quadrinhos de domingo: Flash Gordon. E também já começa na pauleira.

Mais um acerto: Sgt. Rock, dos Kubert Adam e Joe. Começa com o herói de guerra capturado e torturado por nazistas.

A revista fecha com um petardo: uma página monumental do Gavião Negro feita por Kyle Baker. Precisa, perfeita, impecável. Arte linda, texto brilhante, narrativa extraordinária. É, neste número, a melhor.

Nem todo mundo vai tão bem. É natural de coletâneas: não dá pra manter o nível lá no alto o tempo todo.

Em Mulher-Maravilha, Ben Caldwell tenta evocar mais um clássico: Little Nemo in Slumberland. Não dá certo. Seu traço é lindo, mas sua narrativa fica confusa e não ajuda. Seus quadrinhos são pequenos, há muito texto, a arte acaba escondida, e é uma pena.

Mais pontos fracos: os editores Dan Didio e Eddie Berganza - que mostram roteiros pouco envolventes.

Contudo, mesmo as histórias mais fracas não atrapalham. Porque a intenção do projeto Wednesday Comics não é só publicar boas HQs.

Há todo um lado sensorial, de fazer o leitor abrir as páginas, folhear, ver a arte grande, dobrar para guardar e se lembrar de outro tempo. Quando sair em álbum, não será a mesma coisa. Quando sair em Ipad, será diferente.

Wednesday Comics é, acima de tudo, uma série sobre sentir a nostalgia na ponta dos dedos. E é isso que esse primeiro número entrega com louvor.

Classificação:

4,0

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