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X-MEN # 1

1 dezembro 2001

X-Men #1Título: X-MEN # 1 (Panini Comics) - Revista mensal

Autores: X-Men (primeira história) - Chris Claremont (texto), Leinil Francis Yu (desenhos), Mark Morales e Norman Rapmund (nanquim) e Liquid! e Hi-Fi Design (cores);
X-Men (segunda história) - Chris Claremont (texto); Leinil Francis Yu, Thomas Derenick e Anthony Williams (desenhos); Mark Morales, Rick Ketcham e Norman Rapmund (nanquim) e Liquid! e Hi-Fi Design (cores);
Wolverine - Rob Liefeld (argumento e desenhos), Eric Stephenson (roteiro), Norman Rapmund (nanquim), Digital Broome (cores)

Preço: R$ 6,90

Data de lançamento: Janeiro de 2002

Sinopse: Na primeira história, os X-Men são atacados pelas Irmãs Profanas, um grupo de mercenárias contratadas para matá-los.

Na segunda história, os X-Men tentam resgatar Charlotte Jones e Cecília Hayes, que estão em poder dos Neo, dando seqüência aos eventos de X-Men #14, da Editora Abril.

Wolverine enfrenta Deadpool e a Escória em duas histórias. Deadpool usa a vida de Logan como moeda, para negociar com a Torre e o Administrador, a cura de Siryn, que perdeu os poderes.

Positivo/Negativo: Esse primeiro número de X-Men, da Panini/Marvel foi uma surpresa positiva, no que se refere à qualidade gráfica, formato e comunicação com o leitor.

Logo na segunda capa, um texto de introdução assinado por Marco Lupoi dá o tom da editora, falando de sua chegada ao Brasil e da parceria com a Mythos, além de anunciar que, daqui pra frente, a comunicação com o leitor será essencial. Muito diferente do que se via nas revistas da Abril.

Com a promessa de não cortar páginas e, se possível, não pular edições, a Panini foi obrigada a "pegar o bonde andando", do ponto que a Abril parou. O resultado é um conjunto de histórias fracas, preço que deve se pagar para se ler (dentro do possível) a cronologia dos mutantes como é publicado nos Estados Unidos.

As duas primeiras histórias dos X-Men (publicadas originalmente em X-Men #105 e #106) têm argumento truncado e confuso, sendo que apenas a arte de Leinil Yu desperta o interesse.

Na segunda existe uma bobeada dos americanos, a personagem Junção (Junction) é mencionada com o nome de Jaunt. A Panini traduziu corretamente o primeiro nome (Junção), mas não corrigiu o erro gringo e manteve a referência a Jaunt, em inglês, onde deveria se ler Junção. Além disso, é no mínimo questionável a invenção da palavra "beliclã", para se designar Clã de Guerra.

Já as histórias do Wolverine (publicadas nos EUA em Wolverine #154 e #155) são um teste de fidelidade do leitor, pois quem conseguir chegar até o final pode se autoproclamar um super-herói.

Com argumentos pra lá de fuleiros e "rabiscos" (é a única qualificação cabível para "aquilo"), de Rob Liefeld, estas duas histórias são um verdadeiro jogo dos setenta erros!

Tem de tudo. Dos equívocos de proporção das figuras humanas até problemas extremos de narrativa e continuidade. Na segunda página da história, o leitor se depara com um festival de caras e bocas, que mais parece propaganda de creme dental, típico do "artista".

No combate entre Deadpool e Wolverine, o mercenário amalucado usa duas facas (ridículas) serrilhadas, mas no primeiro quadro da quinta página, elas aparecem sem as serras. Sem falar que o mercenário traz mais duas facas, nas respectivas bainhas, presas às suas costas. Não me perguntem de onde ele tirou as duas que ele carrega nas mãos, tampouco onde as guarda quando não está usando.

Quando começa a perder, Deadpool faz mágica e tira da cartola duas pistolas para abater Wolverine (e o leitor!). O problema é: de onde? Onde estavam os coldres? Nem do bolso dava pra ele tirar!

Antes que o leitor tenha um derrame cerebral, o artista leva o leitor para um flashback. Detalhe: a única maneira de perceber que se voltou no tempo (em termos de recursos narrativos) é um discreto fio preto ao redor da página.

Em seguida, Wolverine está num bar com um garçom gordo e careca e uma moça de minissaia. Por favor, observe ambos. Na página seguinte, o garçom aparece com um dente faltando e o cabelo da mulher tem outro penteado. Na seguinte, ele continua banguela, mas o dente que está faltando é outro.

Subitamente, o garçom possui todos os dentes e a moça, além de trocar a blusa (que virou um top) tirou, sabe-se lá de onde, duas armas imensas.

Repare na maneira como a moça segura a arma em sua mão esquerda. RI-DÍ-CU-LO! A coronha da arma não está apoiada no ombro, como deveria, mas numa posição irreal. Além disso, cadê o gatilho da arma? É de pressão?

Bom, como já deu pra ver, os erros vão se sucedendo e se acumulando. Os leitores podem se divertir procurando outros similares nestas duas histórias. Uma outra curiosidade é a total ausência de cenários ou fundos. Eles não existem ! Isso é supérfluo para Rob Liefeld. Bacana mesmo é fazer close-ups e splashes (aquelas páginas de um só quadrinho), principalmente quando não se sabe desenhar!

Quanto à edição, apenas dois errinhos de português: "uma champanhe" (champanhe é substantivo masculino) e "vale à pena" (não há esta crase), na primeira e na antepenúltima páginas da revista, respectivamente.

Finalizando, a Panini cometeu uma pequena mancada na mídia de Paladinos Marvel, ao anunciar Mark Waid como roteirista do Hulk. Na verdade, esta fase é escrita por Paul Jenkins.

Classificação:

4,0

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