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XIII # 4

Por Delfin
1 dezembro 2010

XIII # 4

Editora: Panini Comics - Série Mensal

Autores: Jean Van Hamme (roteiro) e William Vance (desenhos).

Preço: R$ 22,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Agosto de 2006

 

Sinopse

Treze contra um - Treze, agora chamado oficialmente Jason Fly, inicia uma nova fase em sua busca pelo passado e pela verdade seguindo uma pista sobre sua infância, que o leva diretamente a Greenfalls. Segundo consta, ele viveu a sua infância na cidade.

Incógnito, o que Jason almeja descobrir não passa nem próximo dos fatos que cercam não apenas seu passado, mas também o de seu pai. Uma sequência de eventos que levam a um fatídico dia três de agosto.

Tudo isso poderia ser uma busca mais tranquila para Jason, se ele não tivesse em seu encalço o persistente Mangusto, cada vez mais determinado a matá-lo. Com a ajuda da Sargento Jones e de eventuais novos aliados, Treze percebe que sua investigação esbarra novamente em Kim Rowland e, inevitavelmente, em descobrir a identidade do Agente Um.

Positivo/Negativo

O segundo arco de histórias de XIII começa de modo pacato, mas é uma impressão que se desfaz logo após a breve retrospectiva feita pelos autores no início de A Noite de 3 de Agosto (La nuit de 3 Août, no original). Nesta, que é a primeira das duas histórias compiladas pela Panini em mais um álbum de qualidade pobre - mas, em contrapartida, acessível ao leitor -, o principal destaque é o início da preocupação de Van Hamme em apresentar mais do que a trama em si, tornando os panos de fundo de cada aventura importantes para uma melhor interpretação do roteiro.

A primeira aventura do álbum remete o leitor aos piores anos da Guerra Fria e do Macarthismo, em que qualquer coisa era pretexto para que grupos de direita se livrassem de quem tivesse ideias perigosas ao status quo.

Muitos foram acusados de serem comunistas e, quando não eram perseguidos politicamente, o eram religiosamente - principalmente nos antigos estados escravagistas dos Estados Unidos. Lugares onde os negros e simpatizantes da causa negra eram executados e coagidos pela Ku Klux Klan, organização religiosa de extrema direita ainda hoje com influência política em determinadas regiões daquele país.

É uma aventura que mescla ação, investigação, suspense e história em porções muito bem dosadas, tornando-a uma das melhores de toda a série. Ainda mais se comparada com a seguinte, Treze contra Um (Treze contre Un), não deixa nada a desejar. Pois aí entra-se em contato novamente com os bastidores do poder norte-americano com a reintrodução na trama do presidente Wally Sheridan.

Apesar de importantíssima cronologicamente, talvez seja uma das incursões mais previsíveis no mundo de Treze, que neste álbum descobre uma nova identidade definitiva (e Van Hamme brinca com isso como ninguém pela série inteira, retomando identidades antigas aqui e ali). Tudo o que acontece pode ser antecipado pelo leitor mais atento. Ou quase tudo.

O mais importante é que esta história, em que, enfim, se revela a identidade do Agente Um, o pior inimigo de Treze, pavimenta um grande caminho para o que ainda está por vir. Porque ter uma identidade e liberdade total de movimentos não é nada para quem tem inimigos tão poderosos, como o agente desmemoriado.

Pois o mais importante, Treze descobrirá, ainda está escondido em sua própria mente.

A Panini publicou XIII no Brasil quase até o final - faltaram apenas os dois últimos números: o # 18 e o # 19. Apesar de, em maio de 2007, a editora ter garantido que concluiria o título, quase três anos depois é difícil acreditar nisso. Mais uma vez, quem perde é o leitor, novamente desrespeitado.

Classificação:

4,0

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