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André Diniz estreia projeto para HQs digitais

15 novembro 2013

UHQFIQ13 .

MuzingaO quadrinhista André Diniz anda bem ocupado. Além de lançamentos no Brasil e na Europa, ele trouxe mais uma novidade para o FIQ deste ano: Muzinga, um site para a publicação de quadrinhos digitais gratuitos, que possui também um aplicativo para iPad.

Todas as terças e sextas-feiras, uma nova história será apresentada, estrelando Muzinga, personagem que deu nome ao projeto sobre um homem que beira os 200 anos de vida e peregrina em busca de evolução; Jordana, uma mulher que tenta refazer a vida após a prisão do marido; e Zaqueu, jovem aspirante a desenhista que procura se encontrar no mundo.

O roteiro e arte de todas as tramas são de André Diniz, com cores de Mannheimer. Cinco já estão disponíveis e, a partir do próximo dia 19 de novembro (terça-feira), começarão as atualizações regulares. Para visitar o site, clique aqui.

O Universo HQ se encontrou com Diniz no pavilhão de exposição do festival e conversou com ele sobre essa nova empreitada.

“Tem uns quatro anos que estou elaborando essa ideia. Sou um grande leitor de digital, quando pego um tablet é uma utopia que se concretizou, pois as possibilidades são fantásticas”, disse Diniz.

E ele sabe do que está falando, pois no início dos anos 2000 foi um dos pioneiros dessa ideia no Brasil, ao disponibilizar, no site de sua antiga editora Nona Arte, todas as suas publicações para leitura online no formato PDF. Alguns materiais inéditos também foram apresentados.

“Na época, lia-se o digital sentado em uma escrivaninha, de frente para um monitor e em baixa resolução. Mesmo assim, era incrível, teve mais de 80 mil downloads, o que é um absurdo, ainda mais em uma época em que a internet não tinha tanta gente conectada quanto hoje”, analisa. “Por isso eu quis retomar essa ideia, ainda mais atualmente, com tablets e celulares, que tornam tudo mais fácil. Pode-se ler o digital sentado em um sofá. E isso é maravilhoso.”

Para o autor, Muzinga também o permitiu encontrar um novo desafio na carreira.

“Nos últimos anos, venho fazendo muitos álbuns de quadrinhos, mas é sempre uma coisa muito lenta. O tempo de fazer a história, fechar com a editora e com os problemas de distribuição, às vezes tudo demora um ano e meio. Não preciso nem falar do Acre para citar o problema de falta de livraria, na zona norte do Rio de Janeiro são muito poucas para o número da população. Eu queria algo que fosse o oposto disso e fui ao extremo oposto. Serão duas histórias curtas por semana sobre esses personagens, que podem ser lidas independentemente, mas quem acompanhar terá uma trama maior para conhecer”, explicou.

André Diniz

No início as tramas envolverão Muzinga, Jordana e Zaqueu, mas outros podem aparecer no futuro. “Hoje são esses três, mas tenho certeza que na prática aparecerá um coadjuvante que se tornará interessante, ou terei ideia para outros personagens. Ao mesmo tempo em que quero ter algo que fidelize o leitor, quero ter abertura para servir servir de laboratório para outras ideias”.

O site se adapta para diferentes formatos de tela, seja acessando-o por desktop, tablets ou smartphones, algo que teve que ser pensado também para a narrativa das HQs. “Esse foi o meu maior desafio, pois quadrinho não é como livro de texto corrido”.

Para o aplicativo, o projeto é que sejam disponibilizados também antigos e novos títulos do autor em forma de e-book para venda com preços inferiores ao impresso. As obras também estarão em lojas como Kindle, Apple Store e outras.

Outra ideia é contar histórias reais em forma de quadrinhos. Para isso, André Diniz quer conhecer pessoas que tenham situações interessantes que viveram, entrevistá-las, e adaptar as mesmas para a arte sequencial.

Uma edição impressa está sendo distribuída gratuitamente no FIQ para divulgar o projeto.

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