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David Brevik, criador de Marvel Heroes 2015, fala sobre o novo jogo

9 dezembro 2014

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David BrevikDavid Brevik é fà de videogames desde criança, quando jogava Pong, Space Invaders e arcades junto com os amigos, em uma loja perto de sua casa. Tinha um Atari 2600, mas sua relação com os jogos eletrônicos mudou quando o pai dele comprou um Apple II Plus, e descobriu os games desenvolvidos para computador.

Além de jogar, passou também a programar. Em 1991, começou a trabalhar na área desenvolvendo jogos para o Mega Drive e Game Boy. “Mas eu sabia o que queria fazer: jogos para PC. Usei esse tempo para ganhar experiência e, depois de alguns contatos, criei minha própria empresa de desenvolvimento de games com dois amigos”, relembrou em uma entrevista exclusiva ao Universo HQ, durante a Comic Con Experience.

O êxito veio com a criação de Diablo e a sequência, Diablo II. “Nunca planejamos ser um sucesso. Torcíamos que fosse, mas não houve um planejamento. Se vendêssemos dez mil cópias seria ótimo, mas vendemos milhões. Na época, foi um grande risco. Procuramos diversas empresas para nos ajudar a financiar o projeto, mas fomos rejeitados por umas 20 delas. Diziam que RPG estava morto e ninguém mais queria comprar. Mas acabamos encontrando uma pessoa que topou, e Diablo foi uma grande mudança nos RPGs da época”, disse.

Em Marvel Heroes 2015, Brevik se envolveu após algumas tentativas frustradas de outros desenvolvedores.

“Era um jogo diferente. A licença da Marvel para fazer um MMORPG (massively multiplayer online role-playing game) já esteve com a Microsoft e Cryptic, mas nenhuma das duas jamais terminou o jogo. Na verdade, a Cryptic usou os códigos para outro trabalho, o Champions. Seriam jogos semelhantes”, comparou. “Mas a Marvel decidiu seguir um caminho diferente. Nós íamos fazer um grande mundo ao estilo World of Warcraft, mas o prazo era muito curto e mudamos para um action RPG.”

Ele começou a trabalhar no projeto a convite da desenvolvedora Gazillion Entertainment. “Sou muito fã dos personagens da Marvel, e sempre quis fazer um produto com eles. Os direitos foram adquiridos pela Gazillion, e me convidaram para fazer parte do projeto. Foi uma grande oportunidade, e o momento foi perfeito. Começamos a desenvolver o game, mas com o tempo me tornei CEO da empresa. Meu papel mudou bastante desde o início. Ainda faço um pouco de desenvolvimento dos jogos, mas a maior parte do meu tempo é pra cuidar da empresa”, explicou.

Para criar Marvel Heroes 2015, a Gazillion contou com a participação de alguém bem conhecido no mundo dos quadrinhos: o escritor Brian Michael Bendis. Ele já havia trabalhado em versões anteriores do jogo, e pediu para se encontrar com a equipe de Brevik. “Concordamos na hora. Foi muito divertido encontrar com ele e discutir o jogo. Já tínhamos uma ideia geral do que queríamos, mas Brian completou as lacunas e escreveu os diálogos. A história é realmente criação dele”, afirmou.

É claro que eles tiveram que seguir algumas regras, pois os personagens fazem parte de uma franquia gigantesca, e nem tudo pode ser feito. Mas também disse que o trabalho tem sido ótimo e é fácil de lidar com a Marvel. “Há muitas restrições com alguns personagens específicos. Ao criar os personagens, algumas vezes é difícil encontrar uma maneira de inseri-los porque eles precisam combinar com o estilo do jogo. É preciso saber balancear. Foi difícil, há regras e restrições com o que podemos fazer, mas ao mesmo tempo foram bons desafios para pensarmos mais a fundo e encontrar maneiras originais de usá-los”.

A expectativa é de que os jogadores se divirtam jogando. “Fizemos para eles, e é importante que tenham uma boa experiência. Há muito para se fazer em Marvel Heroes 2015, e teremos atualizações constantes. Toda semana haverá novos personagens, níveis e eventos. Todo o tipo de coisa acontecerá o tempo todo”, garantiu. “O gameplay é bem similar ao de Diablo, com muita ação, itens e níveis randômicos, mas também um pouco diferente, porque é com personagens da Marvel. Além disso, outras pessoas podem jogar com você e montarem uma turma. É curioso este mundo vivo e social que criamos, o que dá um sentido de comunidade.”

Por fim, David Brevik comparou a indústria de games de anos atrás à atual, com o advento da internet e dos jogos grátis.

“É uma mudança enorme. Muda-se a forma como se cria os games e se desenvolve o conteúdo deles. Se o jogo é grátis, é preciso estar sempre criando novos conteúdos para atrair as pessoas. É fácil atrair as pessoas com um jogo grátis como Marvel Heroes 2015, mas também é fácil perdê-las. Se não pagaram por um jogo, a princípio não possuem comprometimento com ele”, analisou.

“Se alguém paga US$ 60 por um jogo, pode até não gostar muito da primeira vez, mas continua insistindo para tentar tirar algo de proveitoso. Eventualmente, ele consegue e gosta. Mas se é grátis e não gosta, larga na hora. Os primeiros 15 minutos são muito importantes. Outra questão vital é decidir pelo que cobrar. Não se deve cobrar por poder, porque o objetivo é se tornar o melhor jogando, e não simplesmente comprando”, terminou.

Para conhecer Marvel Heroes 2015, clique aqui. Assista ao trailer abaixo.

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