A primeira edição da saga Multiversity, escrita por Grant Morrison, será lançada na próxima quarta-feira, dia 20 de agosto. Com arte dos brasileiros Ivan Reis e Joe Prado, a história dará início a uma viagem pelo Multiverso da DC Comics e explorará suas 52 realidades alternativas, no que promete “tornar todas as histórias reais”.

A editora divulgou, via site Wired, um preview com as primeiras páginas da revista, e uma entrevista com Grant Morrison.

“No passado, as pessoas criavam um Batman maléfico e o matavam no final da história apenas para fazer algo interessante. Mas acabavam desperdiçando um universo inteiro ao fazer isso”, explica o autor. “Todos nós temos diferentes rostos que mostramos para diferentes pessoas na nossa vida. A única maneira de entender a mim ou a você é ver todos eles de uma só vez. Em Multiversity, eu quis fazer isso para todo o Universo DC.”

“As pessoas têm essa noção de cânone, mas não existe isso. Para mim, tudo é real. Cada quadrinho já lido é real”, analisa. Ele chega a comentar sobre uma passagem de Grandes Astros – Superman, na qual o herói impede que uma menina cometa suicídio. “Muitas pessoas já vieram falar comigo que não se mataram porque leram aquela cena. Salvou a vida das pessoas de verdade. Para mim, esse herói falso, essa criação em papel, realmente impediu uma pessoa de cometer suicídio. É para isso que o Superman existe.”

Ele também comentou o mapa do Multiverso da DC, divulgado recentemente. “São estruturas cada vez mais arquetípicas. Isso inclui uma página em branco na qual se desenhará algo. É mais ou menos como o Budismo, em que há essa consciência pura que é a base de tudo, e você pode chamá-la de Deus ou de vazio. Ela contém tudo. Tudo que é bom, tudo que é ruim, toda a contradição, todas as possibilidades. Assim como uma página de quadrinho. A primeira marca na página se torna tudo. A marca se torna todas as possibilidades”.

“Cientificamente, a teoria das supercordas diz que talvez existam múltiplos universos. Então, pode realmente existir um Superman em algum lugar”, pondera. “Mas, por enquanto, é para os quadrinhos que o Superman é bom, e eles podem ter uma utilidade real no mundo onde vivemos. Não é para fingir que eles são reais, ou fingir que há um mundo no qual o Superman viva de verdade. O mundo é aqui, e o Superman vem na forma de quadrinhos. É a parte da sua mente que o faz sentir como o Batman, essa força indômita que o faz seguir não importa o quão sombria sua vida fique. Essa é a única função real desses personagens. E, neste sentido, eles são absolutamente reais.”

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