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Penadinho - Vida

12 junho 2015

Penadinho - VidaEditora: Panini Comics – Edição especial

Autores: Paulo Crumbim e Cristina Eiko (roteiro e arte).

Preço: R$ 21,90 (capa cartonada) e R$ 31,90 (capa dura)

Número de páginas: 80

Data de lançamento: Maio de 2015

Sinopse

Penadinho tem uma revelação da Dona Cegonha e precisa fazer uma viagem de resgate para se declarar para a Alminha antes que seja tarde demais.

Positivo/Negativo

Este é o sétimo álbum da série Graphic MSP. Para quem não sabe – e possivelmente more no planeta Marte –, o selo é capitaneado por Sidney Gusman (sim, o editor-chefe do Universo HQ – portanto, sinta-se à vontade para duvidar de cada elogio desta resenha), que convenceu Mauricio de Sousa a liberar suas criancinhas para outras babás tomarem conta.

Assim, aos poucos, diversos personagens que eram sucesso em versões para crianças tomarem de assalto as bancas e livrarias em versões completamente reimaginadas por alguns dos melhores talentos do quadrinho nacional. E mirando o público juvenil e adulto.

Vida não é diferente. Aqui, a turma do cemitério é pensada e desenhada por dois expoentes dos quadrinhos independentes brasileiros, Paulo Crumbim e Cristina Eiko. O casal (sim, eles são casados) despontou com a série Quadrinhos A2, na qual contam de forma bem-humorada e com toques de fantasia e ficção científica o seu cotidiano.

Mas, diferentemente do que fazem em seus quadrinhos autorais, a arte neste álbum é muito mais rebuscada. A começar pela cor feita por Paulo Crumbim, já que seus principais trabalhos eram em preto e branco. O brilho que os autores deram no Penadinho é de tirar o chapéu. A ideia de uma “aura” azul rodeando um personagem branco foi excelente, bem como os reflexos do personagem no chão e até nos demais participantes da aventura.

Além disso, os desenhos estão sensacionais. Uma mistura de cartum, mangá e da própria turma original. Eiko, responsável pelo traço, fez desenhos ao mesmo tempo fofos e expressivos, alegres e melancólicos, desafiadores e ingênuos. Sinceramente, não há como olhar para o Frank e não imaginar um boneco de pelúcia daqueles que as crianças agarram e nunca mais soltam.

Aliás, a história também tem a capacidade de prender você e não soltar. É uma premissa relativamente simples –  a busca por um ente querido –, tal qual Turma da Mônica – Laços, dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, ou Piteco – Ingá, de Shiko, mas que cativa o leitor e o deixa apreensivo e até angustiado ao virar de cada página.

O enredo tem várias subtramas que, se exploradas por quem está lendo, geram uma série de outras subleituras, tanto no nível do que está escrito, quanto no que está desenhado.

No entanto, talvez a coisa mais legal de Vida seja as personalidades de cada personagem. Crumbim e Eiko deixaram as criaturas de Mauricio de Sousa ainda mais divertidas. O espirituoso e sacana Zé Vampir, o ingênuo e carismático Frank e o medroso Muminho (uma múmia com medo de maldições?) são os companheiros de Penadinho em sua jornada.

Só que, além deles, há os outros personagens incidentais da trama – inclusive um que se revela um grande amigo – e os vilões. Todos muito bem caracterizados.

Também é interessante prestar atenção nas referências. Elas permeiam a obra inteira e revelam muito da personalidade e gostos dos autores. Desde o primeiro quadrinho, já se nota a predileção pela música pesada, com referências que os amantes do bom Heavy Metal perceberão rapidinho.

E, ao longo da história, vão surgindo mais e mais referências a bandas e canções de metal vão aparecendo. Mas tem também música clássica, cultura paulistana, literatura medieval, videogames...

Enfim, uma obra que continua mantendo altíssimo o nível das produções do selo. Que venham – e logo – os próximos.

Classificação

5,0

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