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Resenha: Kingsman – Serviço Secreto tem ação, humor e homenagens a filmes de superespiões

5 março 2015

Kingsman - Serviço SecretoA minissérie em quadrinhos The Secret Service ainda é inédita no Brasil. Lançada originalmente nos Estados Unidos entre 2012 e 2013, é mais um projeto de autoria do escritor Mark Millar (Supremos, Kick-Ass, Superior e Nêmesis), em parceria com o desenhista Dave Gibbons (Watchmen).

Adaptado para os cinemas, o título é a terceira criação de Millar que vira filme (os anteriores foram Kick-Ass e The Wanted). E a parceria com a 20th Century Fox, com quem ele possui contrato como consultor para adaptações de quadrinhos, pode render também um longa-metragem de Superior.

Em Kingsman – Serviço Secreto, Gary Eggsy (Taron Egerton) ficou órfão de pai ainda pequeno, e cresceu em uma família disfuncional. Sua mãe é maltratada pelo esposo beberrão, e a única válvula de escape é sair com os amigos. Após roubar um carro e ser preso, Harry Hart (Colin Firth), um antigo amigo de seu pai, o livra da cadeia, e vendo potencial o convida para treinar em uma agência secreta de superespiões a serviço do Reino Unido.

É quando um grande plano que ameaça a vida de bilhões de pessoas vem à tona, e os agentes da organização Kingsman podem ser a única esperança.

A direção é de Matthew Vaughn (Kick-Ass – Quebrando Tudo, X-Men – Primeira Classe), parceiro habitual de Mark Millar. Inclusive, ele é creditado nos quadrinhos como cocriador e coargumentista da história. Mas é possível ver que ele impõe um estilo próprio na versão cinematográfica.

A trama é permeada de muita ação, com lutas bem coreografadas e estilizadas, além de boas doses de humor. Ao contrário das produções modernas de agentes secretos, como os filmes de Jason Bourne, o seriado televisivo 24 Horas ou os novos 007 de Daniel Craig, aqui a produção assume um caráter mais descontraído, lembrando as produções clássicas de James Bond.

A agência de espiões possui diversos equipamentos com tecnologias mirabolantes, seus agentes são gentlemen educados e bem vestidos, no melhor estilo inglês, e os vilões estereotipados com características únicas.

Kingsman - Serviço Secreto

Para complementar, o elenco afinado mistura grandes nomes como Samuel L. Jackson, Mark Strong e os vencedores do Oscar Colin Firth e Michael Caine, com o pouco conhecido Taron Egerton, que assume com competência a tarefa de mostrar a evolução deste jovem agente desde um adolescente rebelde até uma espécie de nova versão do mulherengo James Bond.

E conta ainda com a participação de Mark Hamill. Ele é um personagem da série em quadrinhos, mas no longa-metragem interpreta um personagem fictício com importância no início da história.

Desta mistura surge um longa-metragem divertido, que supera as expectativas e entretém durante toda a projeção, com homenagens a outros filmes de agentes secretos.

É curioso notar as mudanças dos quadrinhos para a adaptação para o cinema. Apesar de as histórias serem similares, as diferenças não são poucas, começando pelo tom da narrativa, mais sério e menos fantasioso na obra original.

A relação entre alguns personagens também foi bastante modificada, e até mesmo o título do filme – Kingsman – em nenhum momento aparece na minissérie. A passagem do casamento coletivo, que revelava o grande plano do vilão, foi trocada por outra no interior de uma igreja.

Outro ponto que chama a atenção, nesta comparação, é o desfecho da trama. O final não é o ponto alto dos quadrinhos, mas no filme comprovou-se uma sequência inspirada.

Kingsman – Serviço Secreto
Duração: 129 minutos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman e Matthew Vaughn
Elenco: Taron Egerton, Colin Firth, Samuel L. Jackson, Mark Strong, Michael Caine, Sofia Boutella, Jack Davenport, Mark Hamill.

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